“Ao analista algo também deve lhe faltar, pensamentos que somente estando sob esta lógica, a da castração, que ele poderá fazer o deslocamento necessário para assumir o verdadeiro lugar de analista que cada analisante na sua subjetividade e pela transferência demanda” (Giacomoni, 2009, p. 27).
A formação do analista é um processo interminável, não só porque exige leitura e estudos constantes para o resto da vida, mas porque também há um processo de formação no próprio trabalho clínico o tempo todo.
Aprecio a maneira em que a autora Fuks (2007) menciona o texto de Philippe Julien ao propor que a transmissão da psicanálise consiste na instauração de duas passagens: uma do analisando, que se torna analista em sua prática; outra do analista, que se torna analisando em público, isto é, quando dá conta do saber psicanalítico num lugar de comunicação e partilha.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
ELASTICIDADE CRIATIVA DA ESCUTA
“A originalidade da escuta psicanalítica consiste nesse movimento de vaivém que faz a ponte entre a neutralidade e o engajamento, a supressão de orientação e a teoria. (...) Desse deslocamento (...) nasce, para o psicanalista, algo como uma ressonância que lhe permite ‘prestar ouvido’ ao essencial: o essencial sendo não deixar passar desapercebido (...)” (Barthes,1990,p223). “O acesso à insistência singular e muito sensível de um elemento maior de seu inconsciente. O que é designado como um elemento maior que se entrega à escuta do psicanalista é um termo, uma palavra, um conjunto de letras que remetem a um movimento do corpo: um significante” (Barthes, 1990, p. 226).
Escutamos o mistério, o enigma a ser decifrado. Refletindo a respeito da citação mencionada, me arrisco a uma breve comparação entre a escuta analítica e a brincadeira infantil de esconde-esconde: o analista deve se fazer presente na ausência, onde o “timing” da sessão fala mais alto. Freud marca a escuta analítica como a “comunicação entre inconscientes”. Enquanto Nasio (1999) fala do encontro íntimo entre a “escuta do não dito”. A especificidade da escuta psicanalítica se dá principalmente pela escuta do inconsciente e pela interpretação.
(Aline Padilla)
Escutamos o mistério, o enigma a ser decifrado. Refletindo a respeito da citação mencionada, me arrisco a uma breve comparação entre a escuta analítica e a brincadeira infantil de esconde-esconde: o analista deve se fazer presente na ausência, onde o “timing” da sessão fala mais alto. Freud marca a escuta analítica como a “comunicação entre inconscientes”. Enquanto Nasio (1999) fala do encontro íntimo entre a “escuta do não dito”. A especificidade da escuta psicanalítica se dá principalmente pela escuta do inconsciente e pela interpretação.
(Aline Padilla)
A Contrução da Clínica Psicanalítica
A construção da clínica se dá junto com a nossa construção pessoal, o inconsciente do analista é seu mais precioso instrumento de trabalho. O êxito do ato psíquico exige um conhecimento preciso da historia do paciente, uma longa formação clínica e, sobretudo, uma análise pessoal. Concordo com a seguinte colocação de Giacomoni (2009, p. 23): “A clínica atual tem nos mostrado que não podemos amarrar a teoria no analisante, pois é somente através da vivência e dos questionamentos da clínica que avançamos no entendimento da teoria freudiana e contemporânea”. Em concordância com a autora, acredito que a clínica psicanalítica seja singular neste sentido, pois cada paciente que nos procura nos força a deparamo-nos com o novo, o desconhecido.
(Aline Padilla)
(Aline Padilla)
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